Dia do Jornalista: Conheça a história de George Orwell - Jornalistando NEWS: Crítica de Cinema, cultura pop e entretenimento

7 de abril de 2021

Dia do Jornalista: Conheça a história de George Orwell

Olá, caro leitor, nesta quarta-feira (7) comemora-se o Dia do Jornalista. Talvez, você já tenha ouvido falar sobre George Orwell ou lido alguma de suas obras literárias. Aproveitei esta ocasião para homenagear colegas de profissão e apresentar a vocês um jornalista e escritor que eu gosto muito. 


Fotos/reprodução: George Orwell; Pinterest


George Orwell (1903-1950) era o pseudônimo usado por Eric Arthur Blair, para assinar as suas obras. Ele era escritor e jornalista inglês. Ficou conhecido pelo livro “1984”, cujo enredo se passa num país fictício onde há um regime político totalitário. O personagem principal do livro é um funcionário público consciente da opressão que vivia.


Imagem/reprodução: Superinteressante; George Orwell


O que é totalitarismo?

Totalitarismo é um sistema de governo em que todos os poderes ficam concentrados nas mãos do governante. Desta forma, não há espaço para a prática da democracia, nem mesmo a garantia aos direitos individuais. 
No regime totalitário, o líder decreta leis por meio de decisões políticas e econômicas de acordo com suas vontades. Embora possa haver sistema judiciário e legislativo em países de sistema totalitário, eles  ficam às margens do poder.  

Orwell pensou nos personagens do seu livro como se estivessem inseridos em sua realidade. A ideia de usar um pseudônimo facilitava expor o seu ponto de vista sobre assuntos polêmicos envolvendo política, economia e desigualdade social por meio da literatura sem sofrer represálias. 

Nasceu em Motihari, na índia Britânica, no dia 25 de junho de 1903.  A sua família vinha de uma linhagem nobre,  o seu pai trabalhava no Departamento de Ópio do governo britânico na Índia e sua mãe teve grande influência em sua carreira literária. Estudou na Escola São Cipriano e depois no Eton College, em Londres. Escolas conceituadas da época, onde somente os nobres frequentavam com o apoio e incentivo da família o futuro lhe reservava grandes surpresas. 

Em 1922, Orwell trabalhou em Burma, atual Myanmar, assumindo um posto na polícia do império. Em Twante, atuou como oficial sub-divisional e foi promovido a Assistente de Superintendência Distrital. A experiência em Burma gerou o romance Burnese Days e vários outros.

De volta a Londres, resolveu viver uma experiência como mendigo, o que também fez em Paris e serviu de material para o livro Down out In Paris and London, em 1933. Mas, um dos seus livros mais famosos foi “A Revolução dos Bichos” e “1984”, uma das publicações mais vendidas do século XX.

O livro "A Revolução dos Bichos",  é muito interessante, gostei tanto que li duas vezes. Se tiver oportunidade, leia também!

👀 Você sabia?

Foto/reprodução: George Orwell; BBC


A imagem acima mostra o jornalista em seu local de trabalho. Sim, entre os  nomes famosos que trabalharam na BBC durante a guerra, estava o autor de A Revolução dos Bichos, George Orwell. Ele trabalhou no serviço indiano, mas pediu demissão alegando que poderia usar seu tempo de maneira mais útil. A sua passagem pela BBC não foi uma total perda de tempo. A dificuldade em conseguir transmitir exatamente o que ele queria ajudou a formar sua visão do Ministério da Verdade, no livro 1984. E a descrição da cantina do Ministério serviu de inspiração para a cantina de Bush House.

Se identificando com as ideias do comunismo, ele abandonou o pensamento socialista quando tomou conhecimento das atrocidades e da falta de liberdade dos países comunistas. O livro “1984” era uma crítica aos regimes totalitários. Na obra, ele retrata um mundo fictício, no qual, o personagem Winston Smith era o único que preservava um senso de liberdade interior.

Infelizmente, o brilhante George Orwell faleceu vítima de tuberculose, em Londres na Inglaterra, no dia 21 de janeiro de 1950. Apesar de, partir na flor da idade, o escritor  deixou um excelente legado os seus livros podem ser considerados verdadeiras obras de arte. 





Impressionante, como a minha intuição raramente falha. Sempre me questionei sobre a veracidade desta citação atribuída a George Orwell:

 

"Jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique. Todo resto é publicidade".

Esta frase é apreciada pelos jornalistas e muito citada por professor de Jornalismo. Realmente, é uma bela frase e também muito reflexiva sobre a profissão. No entanto, não posso parabenizá-lo por essa declaração por dois motivos: o primeiro é porque ele não está vivo. O autor de "A Revolução dos Bichos" e "1984" faleceu em 1950 e também porque ele não é autor da frase. 


O famoso jornalista a citar esta expressão é William Randolph Hearst, que nasceu em 1863 e em 1887, assumiu a direção do San Francisco Examiner, um diário que seu pai havia adquirido sete anos antes. Em 1895, comprou o New York Morning, ele adquiriu até 1930, seu apogeu, 28 diários e 18 revistas. Uma versão americana de Assis Chateaubriand (Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo foi o dono de um império jornalístico no Brasil.)


Foto/reprodução: William Rodolph Hearst; Factinate


Hearst foi a inspiração para o personagem protagonista do filme “Cidadão Kane”. Sobre a frase dita por ele, um dos sites que investigou a origem da citação foi o Quote Investigator (Investigador de Citação, em português), segundo o site a frase foi atribuída erroneamente a George Orwell e que ela foi dita originalmente por Hearst. Conforme o site, em 1953, Brian Roberts escreveu uma carta ao veículo The Journal, um periódico publicado pelo Instituto de Jornalistas na Grã-Bretanha e Roberts atribuiu parte da expressão a Hearst, quando disse: 


“O trabalho da imprensa é obter notícias e publicá-las e, como William Randolph Hearst observou uma vez, “a notícia é algo que alguém quer suprimido”.

Em 1988, uma versão mais completa foi creditada a William Randolph Hearst, durante um discurso no Parlamento do Reino Unido pelo político Peter Archer, quando ele disse que William Randolph Hearst costumava dizer aos seus repórteres: 


“Notícia é o que alguém, em algum lugar, não quer publicada: todo o resto é propaganda”.

Portanto, o autor célebre da frase é mesmo Hearst. A atribuição a George Orwell se deu por uma confusão feita na internet, onde o autor também disse frase semelhante, porém, baseada no que o Hearst disse primeiro. Até o The Guardian atribui a frase a Orwell, mas os créditos estão incorretos. 


Caro leitor, por isso, fica uma dica: antes de publicar citações, confira quem é o autor. Já imaginou uma frase que você criou sendo atribuída a outra pessoa? Totalmente desagradável! 

=>Lembre-se: na próxima vez que for postar uma citação em suas redes sociais pesquise no Quote Investigator. Pode demorar um pouquinho, mas é muito melhor perder alguns minutos ao invés de publicar um conteúdo equivocado. 


Espero que tenham gostado deste post, desejo uma ótima semana a todos e fiquem com Deus.






Fontes:  
Investigator QuotesBoatosSuper interesssante, Factinate.





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