Dizer adeus não é fácil - Jornalistando NEWS: Crítica de Cinema, cultura pop e entretenimento

25 de setembro de 2018

Dizer adeus não é fácil

Caro leitor, se despedir de um ente querido já é difícil, mas se essa pessoa for alguém muito próxima e especial a situação se agrava. Domingo(16), o meu amado avô Júlio Gurniak nos deixou. Ele partiu para um lugar celestial ao lado dos anjos e de Deus. Os netos e afilhados lhe chamavam carinhosamente de vô "Julião", no mês de novembro(19) estaria completando 74 anos.

Créditos/imagem: arquivo pessoal (Eu e a minha prima Michele (esquerda) no colo da vó. Meu avô (direita) abraçando a minha irmã A. Paula e o meu primo Vinícius)

No entanto, para aqueles que se importavam com ele a saudade será eterna.  O vovô estava sofrendo há muito tempo com complicações no sistema circulatório na região inferior do corpo causadas pela Diabetes. Para se locomover e usava uma bengala de apoio coisa que ele odiava. Aos poucos as tarefas diárias simples como tomar banho, podar as laranjeiras ou cortar a grama foram se tornando mais difíceis. Ele tinha um cadete bordô que amava dirigir, porém até isso a doença lhe impedia de fazer. Só saia de carro com muito esmero, passava mal sozinho na rua nos deixando preocupados. O corpo já dava sinais e a dor se tornou insuportável sempre ao dormir pedia a Deus para levar embora todo aquele sofrimento.  Detestava se sentir um coitado, na cabeça dele estava bom o suficiente para seguir em frente fazendo suas compras no mercado como de costume, visitando os amigos, jogando no Bingo ou fazendo aquele churrasco maravilhoso. Ele era uma pessoa alegre gostava de sorrir sempre tinha uma piada nova não reclamava da dor ou da vida.  Conversava em silêncio com Deus na hora da soneca da tarde sem que ninguém o escutasse, colocava os fones e descansava.
Sinceramente, uma pessoa admirável pela bondade, bom-caráter, me ensinou a ler, a ver a vida de uma maneira diferente, confiar mais em Deus valorizando também a família. 
Sou cristã, mas independente de conhecer a palavra a dor do luto se torna algo devastador ao receber a notícia. Nunca estaremos suficientemente preparados para nos despedirmos de alguém tão especial. Momentaneamente vai doer com certeza, porém a vida deve seguir o seu ciclo porque nós nascemos, crescemos e um dia todos morreremos. Na verdade, este corpo chamado "matéria" morre  já a nossa alma vive eternamente ao lado de Cristo, lá no céu não há dores ou tristeza só felicidade. 
Sou humana, tenho me esforçado para deixar a sensação de perda de lado, sorrir mais dando prioridade as bons pensamentos e as excelentes lembranças da infância ao lado do meu avô. Além disso, até essa saudade gigante passar vai demorar um pouco. 
Há coisas que acontecem na minha vida que não sei explicar como por exemplo, ano passado senti uma vontade muito louca de passar o ano novo ao lado dos meus avós.  Sim, tinha outros planos, porém ao conversar com a minha avó percebi a sua tristeza. Os dois passariam mais um ano novo sozinhos porque gostariam de ficar na casa deles. Então, segui minha intuição fui visitá-los. Foi a melhor coisa que eu fiz,  assistimos o show da virada, abrimos o Champanhe. Comi um churrasco sensacional, uma sobremesa indescritível, conversamos bastante até a madrugada chegar.

Créditos/imagem: arquivo pessoal (Ano Novo 2017 na casa dos meus avós)
Agora entendi, era Deus me avisando para aproveitar o quanto pudesse ao lado do avozinho porque não se sabia o quanto tempo lhe restava por aqui. A risada dele, as sábias palavras ou os puxões de orelha farão falta no decorrer da minha caminhada. Posso afirmar com certeza, aprendi  muito com aquele velhinho amado. Tive uma infância muito feliz ao lado dele cercada de carinho, brincadeiras e conversas divertidas. Estou digitando este post olhando para o presente que ele me deu de 15 anos uma belíssima escrivaninha feita por aquelas mãos abençoadas. Sim, ele fez tudo nos mínimos detalhes ficou muito melhor e mais bonito do que eu imaginava.

Créditos/imagem: arquivo pessoal
Confesso, sempre soube que um dia essa hora chegaria,  um dia estávamos no aniversário da minha avó tomando um delicioso chá com bolo e  dois meses depois ele partiu.

Créditos/imagem: arquivo pessoal:  Eu (esquerda), meu avô (centro) e minha irmã A. Paula (direita)
Ficará guardado em nossas memórias o sorriso dele em sua última foto ao nosso lado comemorando o dia dos pais.
Créditos: arquivo pessoal-  Meu pai (esquerda), meu avô (centro) Eu e a minha irmã (direita) 
Esta é a melhor lembrança do dia dos pais de todas porque neste dia nos divertimos muito, conversamos e encontramos parentes distantes. Momentos alegres retratam a essência do verdadeiro amor entre a família. Olhar as fotos da minha infância ou até as mais recentes causam nostalgia uma  vontade louca de voltar no tempo para estar ao lado dele mais um pouquinho. Só quem perdeu um ente querido entende essa ausência porque a pessoa fisicamente  não estará mais do seu lado. O meu disse assim com lágrimas nos olhos: "Filha, sentirei falta de conversar com o seu avô sobre diversos assuntos, tomar chimarrão e assistir jogos de futebol com ele. Fica tranquila, ele está em um lugar melhor sem sofrimento algum."

O "vô Julião", segue nos corações daqueles que o amavam com sinceridade. O amor não vai se apagar só porque ele não está mais aqui, porém a guarra que ele tinha de viver, a força de vontade, ânimo para acordar às  seis da manhã todos os dias sem ninguém chamá-lo.
Amigo leitor, não é fácil celebrar mais uma primavera sentindo a falta dele. Entretanto, as minhas conquistas, viagens ou sonhos realizados serão celebrados como se ele estivesse ao meu lado sorrindo pra mim.

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